O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou ser necessário um trabalho de investigação que permita compreender melhor as questões de igualdade no ensino superior e, ao mesmo tempo, permitir anular a confusão com diversificação disciplinar.
«É um tema a que temos de estar muito atentos e temos de garantir uma discussão muito profunda», disse o Ministro na sessão de abertura do «Sage Day – Igualdade de Género no Ensino Superior».
Manuel Heitor referiu que a discussão em Portugal sobre a igualdade de género nos lugares de liderança nas universidades e politécnicos portugueses está atrasada quando comparada com o que se passa nos outros países e acrescentou que, no caso específico do ensino superior, é uma questão «mais complexa porque é, sobretudo, confundida com uma diversificação disciplinar».
«Temos áreas disciplinares, não só em Portugal, particularmente dominadas por mulheres e depois temos outras áreas disciplinares onde só temos homens. O assunto é bastante mais complexo, porque parte de estigmas criados desde a infância, sobre para onde é que as mulheres e homens vão. Por isso é que é importante haver trabalho de investigação, mas que tenha impacto na ação», sublinhou.
O apelo à realização de um trabalho próprio de investigação foi feito para que Portugal possa atenuar o atraso em relação ao que outros sociedades já estão a fazer e, dessa forma, promover um debate informado, com impacto real.
Apenas 13% das instituições de ensino superior em Portugal são lideradas por mulheres, que continuam a enfrentar barreiras no acesso aos cargos de maior prestígio das universidades e politécnicos, revela um estudo divulgado na semana passada.
A identificação das disparidades foi feita pelo projeto europeu SAGE - Systemic Action for Gender, financiado pelo programa Horizonte 2020, que contou com a participação do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.