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Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2017-11-21 às 15h49

Estabilização do Mediterrâneo faz-se com parceiros fortes e estáveis

Primeiro-Ministro António Costa com o Presidente da República da Tunísia, Béji Caïd Essebsi, Tunes, 21 novembro 2017
O Primeiro-Ministro António Costa foi recebido pelo Presidente da República da Tunísia, Béji Caïd Essebsi, no segundo dia da sua visita oficial ao país, tendo manifestado o interesse com que Portugal acompanha o processo de consolidação democrática na Tunísia. 
 
O Primeiro-Ministro manifestou também a vontade de Portugal, quer no quadro da relação bilateral com a Tunísia, quer no quadro da relação multilateral, apoiar estes esforços, uma vez que a estabilização do Mediterrâneo faz-se com parceiros fortes e estáveis.
 
Portugal e a Tunísia são nomeadamente membros do Fórum Mediterrâneo Ocidental, conhecido por Diálogo 5+5, que reúne também Espanha, França, Itália, Malta, Mauritânia, Marrocos, Argélia e Líbia, e que, para além do diálogo político, criou um quadro de cooperação setorial, com destaque para as áreas da segurança, da defesa, e das migrações.
 
«Confiança é a questão chave na economia»
 
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que «a confiança é a questão chave na economia», durante um seminário empresarial luso-tunisino na União Tunisina da Indústria, Comércio e Artesanato, em Tunes, no final da visita oficial.
 
António Costa referiu que restabelecer a confiança dos portugueses na economia do País foi o principal objetivo do Governo e disse que este é um fator fundamental para o investimento.
 
«Quando um empresário investe na aquisição de máquinas, é porque tem confiança que vai recuperar a prazo esse investimento. Quando uma família aposta que os seus filhos completem o Ensino Superior e se qualifiquem cada vez mais, é porque está a fazer um bom investimento», acrescentou.
 
O Primeiro-Ministro realçou que «a confiança é o fator-chave para as empresas, para as famílias e para todos os agentes económicos».

Simplificar vida das pessoas e das empresas

António Costa destacou ainda a prioridade do Governo de simplificar os processos e a vida das pessoas com a redução progressiva da burocracia existente, referindo a importância do programa Simplex+.

«Temos de lutar todos os dias para simplificar a vida das pessoas e das empresas», afirmou, dizendo que este é «um combate permanente».

Portugal integra, aliás, desde 20 de novembro, um grupo de elite que ajuda outros países a inovar na área da Administração Pública.

Relações económicas

O Primeiro-Ministro reiterou a cooperação entre os dois países, afirmou que «Portugal será um fiel parceiro da Tunísia» e referiu que as relações bilaterais poderão ganhar um «grande impulso» caso a sociedade civil dos dois países seja envolvida.

António Costa disse ainda que existe uma grande potencialidade de crescimento das exportações portugueses e dos negócios na Tunísia em áreas como a distribuição, as energias renováveis, o agroalimentar, as infraestruturas e a engenharia.

O Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, referiu que a Tunísia «é um mercado em expansão, com uma classe média que está a crescer todos os anos». 

Investimento português na Tunísia

O Ministro disse que «Portugal tem centenas de empresários a trabalhar e a produzir, como, por exemplo, várias empresas nacionais do setor têxtil que estão aqui, na Tunísia, com unidades de produção». 

«São parcerias benéficas mutuamente, já que abrem a Portugal um mercado novo de um país que teve problemas, mas que atualmente está a crescer», disse, apontando ainda investimentos de empresas do setor do azeite, como a Sovena, e da área dos cimentos.

«Há muitas oportunidades, que podem ser interessantes, em setores como a logística, as obras públicas e a exportação de produtos diversos. Portugal tem uma balança claramente favorável na relação com a Tunísia, já que muitas das nossas empresas encontraram neste país negócios e abrem lojas, como o grupo Sonae», acrescentou.

«Espero também convencer os empresários tunisinos no sentido de que encarem Portugal como uma porta de entrada para o mercado europeu e para os mercados de língua portuguesa», afirmou ainda. 

«Os empresários tunisinos podem afirmar-se em mercados africanos diferentes dos de expressão francesa», a área a que têm estado mais ligados, devido à sua pertença à comunidade francófona.

Turismo

Numa declaração à imprensa, Caldeira Cabral sublinhou que «a estabilidade e a segurança no Mediterrâneo é muito importante para o sul da Europa» e será sempre um fator globalmente bom para a Europa», pelo que «se a Tunísia voltar a crescer no turismo, certamente isso será muito positivo para este país» e não ameaçará Portugal.

«No turismo, não precisamos que a vida corra mal aos outros para que corra bem a Portugal», disse o Ministro, acrescentando que apesar de a Tunísia ser um concorrente – «um concorrente muito bem-vindo» – em alguns segmentos de turismo, as taxas de crescimento mais elevadas em Portugal registam-se em regiões nas quais «o turismo não cresce por causa de haver instabilidade em outras zonas do mundo».

Portugal é um país muito competitivo neste setor, pelo que «temos vários países que pretendem cooperar com Portugal em áreas como a formação, tendo em vista aprender com o nosso País».