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2018-05-05 às 8h34

Empresas portuguesas devem ver Canadá como porta de entrada para toda a América do Norte

Ministro da Economia, Caldeira Cabral, e Primeiro-Ministro António Costa na fábrica canadiana da Frutalct, Kingston, 3 maio 2018
O Ministro da Economia, Caldeira Cabral, afirmou que, com o acordo de comércio livre entre a União Europeia e o Canadá, «o mercado canadiano deve ser visto como uma porta de entrada para todo o mercado da América do Norte, incluindo os Estados Unidos e o México», que têm um tratado de comércio livre com o Canadá.

O Ministro acrescentou que a redução de barreiras alfandegárias criada pelo acordo conhecido por CETA aumentará as margens de lucro das exportações portuguesas para o Canadá, numa declaração à imprensa em Toronto, onde acompanha a visita do Primeiro-Ministro António Costa.

Para as empresas portuguesas, identificou oportunidades de negócio em setores como a indústria aeronáutica, as tecnologias de informação e as startups, referindo que «na Websummit estiveram cerca de cem empresas canadianas e esperamos que esse número aumente no próximo ano». 

«O Canadá sabe que Portugal está aberto ao investimento - e essa é uma mensagem que é muito bem recebida. Há empresários canadianos que estão a estudar projetos de investimentos concretos no nosso País», disse ainda.

E «há empresas canadianas que estão instaladas em Portugal para exportar para toda a Europa e mesmo para os países de língua oficial portuguesa». 

Exportações aumentam

Caldeira Cabral afirmou-se otimista com as perspetivas das empresas portuguesas no mercado canadiano, referindo que as exportações nacionais para o Canadá «têm crescido a dois dígitos, o que é muito interessante e que pode ser alargado pelo acordo de comércio livre».

«O CETA vai diminuir as tarifas em produtos exportados por Portugal, caso dos têxteis e dos agroalimentares, com uma redução dos tempos para o licenciamento de produtos», disse, acrescentando que «haverá uma redução de tarifas entre os 10 e 20%, o que significa que aumentará a margem para as empresas já presentes no mercado canadiano». 

«Acredito, também, que haverá oportunidades para outras empresas nacionais entrarem no mercado do Canadá», disse.
O Ministro afirmou que o mercado canadiano é exigente, mas as empresas portuguesas «já ganharam vasta experiência com exportações para mercados muito competitivos como o europeu». «Portugal tem 
produtos com nível de qualidade que estão ao nível dos melhores do mundo e o mercado canadiano reconhece essa qualidade», acrescentou. 

Investimento canadiano

Manuel Caldeira Cabral referiu-se igualmente aos investimentos canadianos existentes em Portugal, exemplificando com o setor mineiro e o das tecnologias de informação – neste caso, está a empresa CGI que «tem já mais de 1500 empregos em Portugal, país a partir do qual serve outras zonas da Europa do sul».

«O Canadá reconhece que Portugal tem boa qualidade em termos de talento, infraestruturas e de condições de operação», disse.

Portugal poderá ser o destino de empresas de serviços partilhados e de tecnologias, que até agora estavam no Reino Unido: «Muitas dessas empresas estão a considerar a hipótese de Portugal como porta de entrada para a União Europeia». 

A conclusão do acordo de livre comércio cria «grandes oportunidades» porque «quando se baixam as tarifas em 10 ou 15%, a margem do exportador também se alarga», o que «alarga o potencial de se fazerem negócios lucrativos».

E «as empresas canadianas já conhecem os fornecedores portugueses em áreas tão diferente como os componentes automóveis, as máquinas ou os têxteis», acrescentou.