Saltar para conteúdo
Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2018-04-05 às 12h49

Educação nas emergências é fundamental na ajuda ao desenvolvimento

Primeiro-Ministro, António Costa, na Conferência do Mecanismo de Resposta Rápida para o Ensino Superior nas Emergências, na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 5 abril 2018 (Foto: Tiago Petinga/Lusa)
«Na era da sociedade do conhecimento, a educação é essencial para a valorização e dignificação da pessoa humana», afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa, na Conferência do Mecanismo de Resposta Rápida para o Ensino Superior nas Emergências, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Sublinhando o papel indispensável que a educação representa «para aceder ao conhecimento e integrar o mercado de trabalho», o Primeiro-Ministro lembrou que «não basta já, a maioria das vezes, a formação básica e secundária».

«Para corresponder às legítimas aspirações de cada um, e aos requisitos do progresso social, cada vez mais só o acesso ao ensino superior pode corresponder a essas expectativas e necessidades», disse António Costa.

Educação nas emergências integrada nos novos ODS

O Primeiro-Ministro afirmou ainda o facto dos novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) reconhecerem «o papel fundamental da educação superior e estabelecerem metas concretas a alcançar neste âmbito até 2030», sendo este «um progresso, relativamente aos objetivos do milénio, que se centravam apenas na educação básica».

«Um segundo ponto diz respeito ao impacto devastador dos conflitos ou desastres naturais nos percursos educativos das suas vítimas e na realização destes objetivos», acrescentou António Costa, referindo ainda «o potencial de desenvolvimento dos seus países de origem». 

O Primeiro-Ministro disse: «O mundo tem, hoje, cerca de 66 milhões de pessoas deslocadas pela força, das quais mais de 22 milhões com estatuto de refugiado. Muitos deles são jovens, cujas perspetivas de futuro se veem, assim, afetadas. Por isso, e é a terceira nota que aqui deixo, a questão da educação nas emergências adquiriu uma enorme importância na ajuda ao desenvolvimento». 

Papel da educação nas emergências na reconstrução futura

«Importa, pois, desenvolver um trabalho complementar entre as entidades que se dedicam a estes objetivos», disse António Costa, lembrando que esta prioridade foi assinalada na agenda para a humanidade, aprovada na primeira cimeira humanitária mundial, em 2016, em Istambul. 

O Primeiro-Ministro afirmou: «Nessa cimeira, Portugal comprometeu-se a promover a educação superior nas emergências» e «esta Conferência constitui uma etapa importante na realização deste compromisso». 

«Consideramos este tema da maior importância, porquanto se fala em guerras e em desastres naturais, com a destruição que causam e a reversão das condições de desenvolvimento que provocam, é necessário, desde o primeiro momento, pensar na reconstrução e na preparação do futuro», realçou António Costa, acrescentando que «tal só pode ser feito através de uma resposta coordenada, que vise assegurar a educação superior nas emergências aos refugiados e aos estudantes deslocados pela força». 

Portugal empenhado na ajuda aos refugiados

«Daí que me pareça especialmente oportuna a criação de um mecanismo de resposta rápida para o ensino superior nas emergências», disse também o Primeiro-Ministro, referindo que «as suas bases serão hoje aqui lançadas, de maneira a que se faça mais, melhor e mais rapidamente».

António Costa sublinhou: «Orgulho-me do contributo que Portugal tem dado a estes objetivos, através de políticas de acolhimento e de integração de refugiados, de contribuições financeiras reforçadas e especificamente dirigidas as vítimas do conflito da Síria, e de iniciativas como as que hoje aqui promovemos». 

«Portugal está e quer continuar a estar na linha da frente da proteção dos refugiados. É, também por isso, que apresentámos a candidatura do Dr. António Vitorino ao cargo de diretor geral da Organização Internacional para as Migrações», concluiu.