O Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, realçou o olhar renovado para o Atlântico e os passos dados na modernização da Aliança a fim que esta esteja apta para enfrentar as ameaças atuais no final da primeira reunião do Conselho do Atlântico Norte de 2018, em Bruxelas.
«Destacaria a consolidação do hub de Nápoles e o comando do Atlântico, que diz bastante a Portugal. Temos defendido uma organização realmente a 360º. Era tempo, não só de enfrentar as questões, e as ameaças provindas do Sul, como também olhar de novo para o Atlântico».
Sobre o novo comando do Atlântico, o Ministro referiu que não se trata de um quartel-general, mas de uma unidade que deverá ter cerca de vinte pessoas. Azeredo Lopes afirmou ainda que não há apresentação nem avaliação de candidaturas para o comando, mas que se espera que este venha trazer «robustez e maior eficiência no planeamento da organização, agora que o Atlântico tem de novo um peso na reflexão estratégica sobre as ameaças».
Portugal, garantiu Azeredo Lopes, expressou que independentemente da localização do «novo comando do Atlântico, é tempo de olhar com mais atenção para uma estrutura que temos entre nós, a STRIKFORNATO, em Oeiras, que está perfeitamente virada para o Atlântico e que preenche perfeitamente uma vocação, ou de articulação com o futuro comando, ou de um qualquer reforço das suas responsabilidades».
Partilha de responsabilidades
O compromisso assumido pelos Estados-membros da partilha de esforços e de responsabilidades deve ser encarado numa perspetiva de dez anos (2014-2024) em três dimensões: os recursos financeiros alocados à defesa; a percentagem, dentro desses recursos, atribuídos à constituição e reforço de capacidades; e, em terceiro lugar, as contribuições, ou seja, «o papel de cada Estado na preservação ou na construção da paz».
Para o Ministro, Portugal tem motivos de orgulho nestas matérias visto que «tem um papel desproporcionadamente favorável». «Só no ano passado — e este ano ainda vamos reforçar esta dimensão — estiveram envolvidos em missões no exterior mais de 500 militares por dia, o que significa uma média muito forte para Portugal», acrescentou.
Ao nível das capacidades, Azeredo Lopes afirmou ainda que no decurso deste ano será revista a Lei de Programação Militar «sendo a aposta principal no reforço de capacidades».
Esta foi a penúltima reunião do Conselho Atlântico Norte antes da Cimeira de Bruxelas, que terá lugar em julho.