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2018-09-26 às 12h57

É preciso «congregar esforços» para combater a obesidade infantil

Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, afirmou que os Governos de diferentes países têm de congregar esforços, trocar experiências e encontrar soluções para combater a «autêntica ameaça» que é a obesidade infantil.

Portugal co-organiza uma reunião sobre obesidade infantil a Organização Mundial de Saúde, que decorre em Nova Iorque, paralelamente à 73.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e é co-presidida pelo Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

O Secretário de Estado, que também intervém na reunião, disse à agência Lusa que a obesidade infantil é «um problema epidémico de saúde pública em todo o mundo» e que «as crianças obesas tendem a ser adultos obesos no futuro».

«O impacto em termos da diabetes, das doenças cardiovasculares e outras» é extremamente elevado, pelo que «os Governos têm que naturalmente juntar meios e forças, trocar experiências e encontrar boas soluções para combater esta autêntica ameaça que temos em termos de uma geração», frisou.

A resposta de Portugal à obesidade infantil

Entre as medidas emblemáticas adotadas em Portugal para lutar contra o problema, Fernando Araújo destacou a estratégia integrada de promoção de alimentação saudável e a tributação das bebidas açucaradas.

«No ano passado conseguimos, pela primeira vez, juntar os vários membros do Governo focados numa única visão» e agora temos «tomado medidas que de alguma forma vão ao encontro dessa estratégia», referiu o Secretário de Estado.

Sobre a tributação das bebidas açucaradas, iniciada em 2017, Fernando Araújo destacou os «resultados extremamente positivos», como a redução do hábito de ingestão das mesmas em cerca de 7%.

Simultaneamente, houve uma redução do seu valor calórico, em cerca de 11%, e a redução do próprio açúcar, em cerca de 15%. Com esta medida o Secretário de Estado referiu que «os jovens, nos quais estes refrigerantes são uma fonte calórica muito relevante, estão a consumir menos».

Contributo da indústria para os resultados alcançados

Fernando Araújo destacou ainda o «apoio e a abertura» que a indústria teve neste âmbito, reformulando os seus refrigerantes, acrescentando que agora está a ser discutida a redução do açúcar noutros produtos, como iogurtes e cereais, e assim obter «uma estratégia integrada, transversal, de redução do açúcar ingerido».

«Estamos neste momento a tentar celebrar um acordo com a indústria e com a distribuição» e é «expectável que no próximo mês de outubro se possa concluir esta negociação» disse.

O Secretário de Estado acrescentou que este «acordo é para três anos, com objetivos muito claros» e deverá ser «monitorizado e escrutinado do ponto de vista público».

Novos acordos à vista

Fernando Araújo referiu que que as expectativas sobre este acordo são «muito favoráveis»: será «um acordo inédito na Europa» e que implica a congregação de «esforços com a indústria, no sentido de reduzir o impacto de dietas menos saudáveis».
Sobre a importância da atividade física, o Secretário de Estado afirmou que Portugal tem um «dos índices mais baixos da Europa» e que está a ser feito um esforço em conjunto com o Ministério da Educação, de forma a tornar os jovens mais «ativos» para se tornarem, no futuro, «adultos também ativos»
Fernando Araújo afirmou que estas medidas também têm como objetivo reduzir as desigualdades no País: «Em geral, são os jovens de classes sociais mais baixas, com menos informação, com menos possibilidades económicas, que acabam por consumir dietas menos saudáveis e até praticar menos atividade física».