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Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2018-11-13 às 15h29

Desenvolvimento das regiões fronteiriças é uma opção estratégica de Portugal e da Espanha

O Primeiro-Ministro António Costa destacou a necessidade de desenvolver as regiões fronteiriças dos dois países que, ao contrário do resto da Europa, devido à política de costas voltadas, «são as que atraem menos investimento» e «são também das mais pobres», durante o almoço da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em Lisboa.

Assim, a próxima cimeira Luso-Espanhola, que vai decorrer dia 21 de novembro em Valladolid, Espanha, dará, tal como a anterior, sequência a esta «temática fundamental», o que é «um facto particularmente significativo porque demonstra bem uma opção estratégica dos dois países», que se mantém «apesar da alteração de Governo».

«Temos de mudar a perceção deste nosso território» e criar uma «nova centralidade para aproveitar o que este mercado pode oferecer», disse, dando como exemplo o caso dos cafés Delta, a operar em Campo Maior.

Reforçar as infraestruturas

O desenvolvimento das regiões raianas implica também o melhoramento das infraestruturas que unem os dois países, tendo António Costa anunciado que, na véspera da cimeira Luso-Espanhola, será assinado «o contrato de empreitada que separa o IP5 de Vilar Formoso», garantindo assim uma ligação «em perfil de autoestrada até à fronteira».

Também os corredores ferroviários de ligação a Espanha serão alvo de investimento ao nível da eletrificação, sendo dada prioridade ao corredor norte, que liga Aveiro à fronteira de Vilar Formoso.

Será feito ainda um investimento na ligação ferroviária entre os portos de Sines e Lisboa e a fronteira de Caia - o maior dos últimos 100 anos – «que permitirá assegurar não só uma melhor ligação a Espanha» como também permitir-lhe uma ligação aos portos situados em Portugal.

Exportações para Espanha a crescer

O Primeiro-Ministro referiu também o aumento das trocas comerciais entre os dois países, apontando que as exportações portuguesas para Espanha são superiores ao conjunto das exportações para França e Alemanha, ocupando assim o quarto lugar, acima do Reino Unido.

«Não há mercado mais importante para Portugal do que o mercado espanhol, que é o primeiro cliente e principal fornecedor», ascendendo o comércio entre os dois países a 42 mil milhões de euros.

E embora a balança comercial continue desfavorável a Portugal – «a nossa taxa de cobertura está atualmente em 71%, o que é bastante significativo, tendo em conta a desigualdade da dimensão das duas economias», as exportações para Espanha «aumentaram 20 % acima das exportações para o resto do mundo», assinalou António Costa.

Este crescimento das exportações não ocorre apenas para o mercado espanhol, pois Portugal está atualmente no 3.º lugar da União Europeia em termos de crescimento de exportações.

Investimento estrangeiro

Para o Primeiro-Ministro, esta trajetória de crescimento demonstra que a competitividade já não depende apenas «dos custos salariais mas, sobretudo, da capacidade que o País tem tido em melhorar a produtividade das suas empresas, o valor dos bens e dos serviços exportados».

Numa intervenção em que abordou também a trajetória de crescimento económico de Portugal, António Costa destacou a diversificação do investimento estrangeiro em Portugal que já não se concentra apenas na indústria mas também nos serviços e software.

Dando como exemplo marcas alemãs de automóvel, que criaram em Portugal centros tecnológicos, o Primeiro-Ministro disse que tal se deve ao «reconhecimento crescente da qualidade dos nossos recursos humanos na área da engenharia».