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2019-06-23 às 21h29

Declaração Lisboa+21 assume compromissos para o futuro

Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, no encerramento da Conferência Mundial de Ministros responsáveis pela Juventude 2019, Lisboa, 23 junho 2019
Vinte e um anos depois da primeira Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude, a capital portuguesa voltou a ser o palco deste evento global, que decorreu em Lisboa, conjuntamente com o Fórum da Juventude Lisboa+21. 

Durante dois dias cerca de 100 delegações de responsáveis pela área da juventude de todo o mundo debateram questões emergentes da juventude, entre os quais o desenvolvimento sustentável e a crise climática. Portugal convidou cada delegação a integrar, além do membro do governo com a tutela da juventude, pelo menos um jovem. 

No final, foi adotada por aclamação a Declaração Lisboa+21, atualizando-se a Declaração de Lisboa de 1998, na qual se estabeleceu o compromisso de promover, proteger e cumprir os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos os jovens. 

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, encerrou os trabalhos, juntamente com o Ministro da Educação, que tutela a pasta da Juventude, destacando o que mudou nos 21 anos que separaram as duas conferências. 

O Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, relembrou que atualmente há «mais dois mil milhões de pessoas, aproximadamente», o que significa que «temos hoje a mais numerosa geração jovem da história». 

«Hoje vivemos uma hora de mudança e queremos promover o pleno envolvimento da juventude nos processos decisores sobre estas matérias a nível local, nacional e global», frisou. 

«Estou convosco neste caminho que trilhamos juntos. As Nações Unidas estão convosco sempre que fizerem frente a injustiças. Trabalhamos convosco para prevenir conflitos e para promover a Paz», afirmou António Guterres. «Encorajo-vos para que continuem a traçar metas ambiciosas e a testar limites», acrescentou.
 
«Nada para os jovens sem os jovens»
 
A Declaração Lisboa+21 tem 19 princípios base para o futuro dos jovens, entre os quais o desenvolvimento de programas que previnam a violência, especialmente contra jovens mulheres. 

Os responsáveis comprometeram-se ainda a desenvolver e a fortalecer políticas nacionais com base no Programa de Ação Mundial para a Juventude e em consonância com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, reiterando a necessidade de erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, as alterações climáticas e as desigualdades.

O Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, salientou que esta Declaração mostra como foi possível ouvir os jovens, «dando um passo irrevogável» para o seu envolvimento na implementação da Agenda 2030, a nível local, regional e global. 

«Não duvido um segundo de que a Declaração Lisboa+21 será fonte preciosa para alimentar o próximo Fórum Político de Alto Nível que se realizará em Nova Iorque, no próximo mês, para rever os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 4, 8, 10, 13, 16 e 17», disse o titular da pasta da Juventude, acrescentando ainda que este documento reflete um intenso trabalho comum «que cria um espaço de conhecimento sobre os esforços nacionais para tornar realidade os compromissos da Declaração de Lisboa de 1998 e sobre a visão da Estratégia da Juventude 2020 da ONU, monitorizando o gozo dos direitos humanos pelos jovens e sua plena participação na sociedade». 

«Temos os jovens como decisores e fazedores políticos, em direta cogestão e corresponsabilização com todos os poderes públicos. Este é o novo e necessário axioma que nos orienta», afirmou Tiago Brandão Rodrigues, tendo terminado a sua intervenção com uma mensagem de força à Juventude: «Nada para os jovens sem os jovens». 

A cerimónia de abertura da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude 2019 do Fórum da Juventude Lisboa+21 contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa que começou por questionar: «Quais são os desafios da juventude de hoje, aqueles que eu sinto nos meus alunos, nos meus filhos, nos meus netos? Primeiro, as desigualdades não desapareceram», tendo enunciado também as alterações climáticas, a revolução digital, a demografia e o facto de o mundo, que devia andar para a frente e andou para trás quanto ao multilateralismo. 

Legado de Lisboa+21 no Parque das Nações

Após a sessão de encerramento da Conferência e do Fórum foi apresentada a nova obra do artista Bordalo II, um imponente e colorido lince ibérico feito a partir de objetos atirados para o lixo. A obra, que pretende chamar a atenção para a emergência climática, vai ficar no jardim do Parque das Nações, como legado de Lisboa+21.

Lisboa+21 foi um evento sustentável, sem recurso a plásticos e papel, que contou com a colaboração de cerca de cem jovens voluntários.