Saltar para conteúdo
Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2018-07-18 às 20h11

CPLP «tem de reforçar o pilar das pessoas»

Primeiro-Ministro no encerramento da Cimeira da CPLP
Primeiro-Ministro António Costa discursa na sessão de encerramento da XII Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Santa Maria, Cabo Verde, 18 julho 2018 (foto: Tiago Petinga/Lusa)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa «tem de reforçar o pilar das pessoas», no discurso na sessão de encerramento da XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que se realizou a 17 e 18 de julho em Santa Maria, Cabo Verde.

O Primeiro-Ministro destacou, entre as declarações e resoluções aprovadas pela cimeira, as sobre pessoas e mobilidade no espaço da comunidade, sobre juventude, sobre igualdade de género e empoderamento das mulheres, e sobre acreditação de cursos superiores no espaço da comunidade.

António Costa afirmou que «somos uma comunidade de países mas são os nossos povos que unem os nossos países», que devem reforçar a sua cooperação a todos os níveis, destacando o nível económico. 

A Declaração final da cimeira escreveu que «a mobilidade e a circulação no espaço da CPLP constituem um instrumento privilegiado para o melhor conhecimento mútuo dos países da Comunidade e a progressiva construção de uma cidadania da CPLP, ou seja, de um espaço onde os seus povos se revejam». 

Culturas, língua e oceanos

O Primeiro-Ministro afirmou também que a CPLP «tem a sua riqueza assente na diversidade das suas culturas e das várias culturas sub-nacionais», acrescentando que «o que temos em comum é expressarmo-las numa língua comum», recordando as palavras do vencedor do Prémio Camões de 2018, o escritor cabo-verdiano Germano de Almeida «a língua portuguesa é tanto dos portugueses como minha».

«É ao partilharmos esta língua que fazemos dela uma língua de comunicação internacional, pois é nela que se expressam 260 milhões de pessoas», disse sublinhando que «investir e fortalecer o Instituto Internacional de Língua Portuguesa tem de ser uma das prioridades» da presidência cabo-verdiana da CPLP nos próximos dois anos.

O Primeiro-Ministro referiu-se ainda ao tema dos oceanos – juntamente com as pessoas e a cultura –, recordando que foi através deles que os países da comunidade se uniram, mas também que um dos grandes desafios para o século XXI é superar o nosso grande desconhecimento sobre eles. 

António Costa destacou a importância do seu conhecimento para a nova economia azul, através da exploração sustentável dos seus recursos, designadamente alimentares, e para enfrentar as alterações climáticas.

«Grande ponte»

O Primeiro-Ministro recordou que o 22.º aniversário da CPLP se celebra num momento em que alguns põem em causa o multilateralismo e a supremacia do internacional e em que «progridem ideias de protecionismo e xenofobia, mais do que nunca é necessária esta grande ponte que se estende do Brasil até Timor, unindo diferentes países que se expressam numa língua comum».

A CPLP «não é alternativa aos espaços regionais em que cada um dos países se insere, sendo uma das mais-valias da organização combinar países que participam ativamente em diversos espaços regionais», o que lhes permite exercer uma ação mais relevante no mundo, afirmou, apontando também a importância da cooperação triangular.

A importância crescente da comunidade foi também referida por António Costa, que destacou o aumento do número de Estados observadores, de organizações não governamentais que são observadores consultivos e o aumento dos atos de cooperação entre a CPLP e outras organizações internacionais.