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2019-01-30 às 19h15

«Assumir a inovação como motor do desenvolvimento económico sustentável e inclusivo»

Primeiro-Ministro António Costa na sessão de encerramento da conferência «A Educação e os Desafios do Futuro», Lisboa, 30 janeiro 2019 (Foto: António Cotrim/Lusa)
O Primeiro-Ministro António Costa destacou a importância de «assumir a inovação como motor do desenvolvimento económico sustentável e inclusivo» e de compreender que «as qualificações são a base da cidadania ativa e da correção das desigualdades».

Na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, na sessão de encerramento da conferência «A Educação e os Desafios do Futuro», o Primeiro-Ministro, acompanhado pelos Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, sustentou que estas duas prioridades são fundamentais para «alcançar uma nova década de convergência com a União Europeia».

António Costa salientou as três metas mais importantes que o Governo se propõe atingir até 2030: aumentar a participação no ensino superior dos jovens com 20 anos dos 40 para os 60% e dos 34 para os 50% no segmento etário entre os 30 e os 34 anos; atingir um nível de investimento de 3% do PIB em investigação e desenvolvimento; e garantir que nove em cada dez portugueses sejam utilizadores da internet.

O Primeiro-Ministro reiterou a importância de assumir a inovação como verdadeiro motor de desenvolvimento e mobilizar coletivamente a sociedade «para que as famílias recuperem a confiança e invistam na educação dos seus filhos», garantindo também que «ninguém seja impedido de prosseguir a qualificação por ausência de meios económicos».

Desafios futuros da educação

António Costa salientou que as mudanças tecnológicas estão a colocar desafios profundos nas mais diversas dimensões da vida em sociedade, com impactos na economia, no trabalho, no território e na vivência em democracia.

«Para dar resposta a estes desafios, a educação, seja no ensino básico, secundário, superior, na formação profissional ou na aprendizagem ao longo da vida, ocupa um lugar central», disse o Primeiro-Ministro.

«É na educação e na formação que se joga primordialmente a capacidade para enfrentar estes desafios, sabendo responder aos riscos que comportam e potenciar oportunidades que nos proporcionam», acrescentou, salientando que «não é a primeira vez que a educação tem de responder a momentos históricos de rutura tecnológica», mas que esta aceleração da história «impõe uma aceleração da resposta e da capacidade de adaptação».

António Costa destacou a importância das novas políticas de educação no combate às desigualdades, uma vez que as «novas tecnologias apresentam uma oportunidade de correção de assimetrias no acesso ao conhecimento e democratização da difusão do pensamento». Por outro lado, também «constitui nova barreira para quem tem dificuldades de acesso às novas tecnologias».

O Primeiro-Ministro salientou o desafio «mais premente, urgente e inquietante» de preparar a sociedade para as previsões feitas pelas organizações internacionais de que «48% das profissões que hoje conhecemos irão desaparecer ou sofrer profundas transformações, e que 65% das crianças que hoje entram no ensino básico irão exercer profissões que ainda não foram inventadas».

No caso de Portugal, António Costa sublinhou que o desafio é ainda maior porque o País deve «responder simultaneamente aos desafios que o futuro já coloca e continuar a responder aos desafios que traz do passado, enfrentando o défice das qualificações, que é o défice mais estrutural do País ao longo dos séculos».

Ação social escolar e alojamento de estudantes

O Primeiro-Ministro destacou também que, pelo terceiro ano consecutivo, foi registado um aumento do número de estudantes no ensino superior, que se traduziu também num aumento em 26% do número de alunos com acesso à ação social escolar.

A aposta do Governo no ensino superior culminou também com o lançamento do Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior, que pretende disponibilizar mais 12 mil camas até 2021, «respondendo à necessidade crescente das famílias de compatibilizar o investimento na educação dos filhos com a dinâmica no mercado de habitação».

António Costa afirmou ainda que as empresas também são um «agente determinante para consolidar a aposta na inovação», que lhes permita contratar recursos humanos mais qualificados numa estratégia que ajuda a combater a precariedade e a aumentar a qualificação do emprego.

«É necessário mobilizar centros de produção de conhecimento, as universidades e os politécnicos, no sentido de continuar a desenvolver a investigação, que é a base da produção do conhecimento, e promover o interface com empresas, de forma a incorporaram, aplicarem e transformarem esse conhecimento em valor, seja em novos produtos ou serviços, seja em novos processos de produção ou acesso aos mercados», referiu.

Esta prioridade resulta numa maior promoção de ligação entre empresas, universidades e outros centros científicos e tecnológicos através do Interface, que é um programa central do Programa Nacional de Reformas.

O Primeiro-Ministro destacou que «o financiamento de 115 milhões de euros para a criação de centros interface tecnológico, o apoio ao investimento em cerca de 1800 milhões de euros em 3400 projetos de inovação associados às novas tecnologias e em particular à transição para a indústria 4.0, e a criação de 21 Laboratórios Colaborativos são marcas importantes a que acresce o cumprimento em breve da meta fixada para esta legislatura da criação de 5000 postos de trabalho de emprego científico».

Reforçar autonomia das escolas

O Primeiro-Ministro salientou também a importância do reforço da autonomia das escolas, promovendo cada vez mais o desenvolvimento de competências no sistema educativo, capaz de resolver problemas e promover o espírito crítico, a criatividade e a inovação.

«Uma escola que prepara para o futuro que desconhecemos tem de ser uma escola que ensine a aprender e a preparar a aprendizagem de adaptação às novas realidades. Só isso dá confiança para que a sociedade não tema o desenvolvimento tecnológico e o progresso, e garanta que todos possam ser parte do processo e que ninguém seja deixado para trás», disse.

António Costa reiterou que «as oportunidades das exigentes mudanças tecnológicas deverão estar ao alcance de todos». «Este é o desafio transversal a que temos de responder, garantindo que a educação contribui de forma ativa para a igualdade de todos perante as mudanças tecnológicas», acrescentou.